quarta-feira, 18 de maio de 2016

Minha flor e o beija-flor

Na cadência perfeita de suas asas, no seu tão ligeiro agitar-se (um faz de conta da inércia) avista-se o lindo beija-flor a reverenciar a formosura que lhe encoraja o corpo frágil a se entregar ao voo esplêndido. Em suas fortuitas visitas, dedica às flores escolhidas a sua mais pura alegria. Não captura delas aquela ínfima porção de essência por apego ou vaidade. Assim o faz, tão somente, por fidelidade à sua sina: compartilhar com o mundo todo, um pouco do Belo que o move. Suas cores cintilantes emprestam aos prazeres escolhidos um brilho a mais: uma festa. E à Natureza toda exibe, com delicadeza, sua inexorável retidão ao seu destino: uma lição. Seu delicado beijinho: um presente a aguçar-lhes a consciência de si mesmas. A minha flor, regozija-se pela sua presença e, também fiel à sua sina, o quer livre. Na despedida da visita deleitosa, minha flor; ousada e plena, sussurra-lhe com o olhar: "-Se apresse, meu lindo e amado beija-flor. Vá, ligeiro e confiante, visitar as delícias que lhe encantam e lhe fazem beija-flor.

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