quarta-feira, 18 de maio de 2016

Batalha perdida; graças a Deus!

Durante um cochilo, um tal amor chegou sorrateiro nos vastos campos do meu coração. Sem alarde ou autorização, logo se pôs a armar acampamento. Minha mente, assim que percebeu o intruso com aquele ar de quem é senhor e que veio para ficar, destacou patrulhas de pensamentos violentos a lhe exigir a retirada imediata. Os pensamentos gritaram-lhe impropérios, mas o danado nem se mexeu. Continuava ali esparramado na rede que pendurou nos ganchos da minha alegria e do meu prazer. Inabalável; permanecia como quem nada teme. A mente, então, achou de redobrar o ataque: lançou-lhe farpas e lhe atirou bombas. Passados os estampidos e baixada a fumaça, logo se podia avistá-lo tranquilo e sem qualquer abalo. Ocorreu-lhe, então, afogá-lo em lágrimas. Fez os olhos chorarem em borbotões até não poderem mais. Choraram muito. E, nada. Já tendo usado seus recursos mais poderosos sem qualquer êxito, o jeito foi examinar o “inimigo” mais de perto. Lá estava: belo, claro, sereno e já totalmente senhor daquele lugar, cujos encantos se lhe rendiam sem qualquer resistência. Já sem forças, e estupefata com a beleza do tal intruso; primeiro aquietou-se. Depois, extasiada com aquele Poder silencioso, rendeu-se aos seus encantos e pôde, então, provar a felicidade tão desejada de uma entrega sem reservas. (Eme Baobá)

Nenhum comentário:

Postar um comentário