sábado, 31 de outubro de 2009

"Pelo caminho divino que faz existir a estrada..."

"Eros e Pisquê" de Fernando Pessoa inspirou-me a compreensão de que o destino inexorável do ser humano é ter a alma adormecida despertada pelo Amor, um infante persistente que a busca incessante; sem saber que intuito tem. O tempo necessário para que esse encontro encantado se realize depende da intensidade do claro que a consciência possa emitir ao coração e à mente.
O caminho que faz existir a estrada é divino e, sendo assim, estamos fadados a atingir a perfeição amorosa na ação, a qual os Mestres tanto se empenharam e se empenham em nos ensinar.
Quero que a minha determinação no caminho seja tão grande quanto a minha fé e a minha esperança.
Tenho pressa e pretendo não tardar em poder erguer a mão e encontrar a hera e ver que eu mesma era a princesa que dormia!
Salve todos os Seres Divinos e salve Fernando Pessoa!
http://www.google.com/profiles/marbene

10 comentários:

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  2. Lindo! Esta é a alma sedenta de paz que se apresenta conscientemente em busca do seu caminho de Luz, para que a leve de volta ao seu ponto de origem. A origem do ser que é DEUS.
    Eu Sou
    Marcia da Luz de Maria

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  3. A energia do amor


    O sentimento amor pode ser definido de várias maneiras e existe em todo ser vivo e circula por todo o corpo como uma energia que alimenta a alma. Uma alma suprida de energia viaja com os ventos e ilumina nossos corações. No entanto, essa semente necessita para um melhor desenvolvimento o complemento de vários elementos como água, terra, fogo e ar. Algumas pessoas demanda um tempo maior para que isso se desenvolva e desabroche, já em outras floresce desde a concepção. Uma criança gerada com amor nasce iluminada de energia e começa a transmitir esse fluído para todos os corações.
    Também podemos definir a energia como um líquido precioso que quando ingerido altera o comportamento jocoso e, principalmente, o pensamento preconceituoso em relação às pessoas e/ou a determinados grupos. Só o amor consegue explicar como o simples fato de ouvir o canto de um passarinho, logo após uma chuva torrencial, é capaz de despertar no ser uma enorme vontade de continuar a viver e de reconstruir o que foi perdido. Assim também a beleza e o aroma adocicado das flores fazem com que esqueçamos as tristezas e as mazelas do cotidiano. Mas, para vivenciarmos tal experiência é necessário que a alma esteja livre para receber a energia fornecida pela natureza que sempre trabalha a nosso favor. Não existe um botão que ao ser acionado dá início à transformação. A energia do amor é transmitida como num passe de mágica ou depois do despertar de um sono profundo que altera tudo ao seu redor. A essência do ser não está na beleza do rosto ou na forma física do corpo, na cor, na raça ou na sua posição social. A essência do ser está nas atitudes diárias, no simples ato de aceitar a posição do outro e de respeitar as diferenças, pois perante o criador todos somos iguais.
    A partir do momento que recebemos a energia do amor, não existe mais escuridão ou dor, somente a sensação de bem estar. Ou seja, quando estamos dispostos a aceitar a transformação seremos envolvidos pelo sentimento de dar e receber. A partir daí, cresce dentro de cada um o forte desejo de multiplicar o amor e, assim, a realização de pequenas tarefas transcorre da melhor forma possível.

    Iolanda Feitosa

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  4. Seguindo essa mesma linha, posto um texto que é em maior parte, de autoria da Marilda do que propriamente minha.



    De Eros e Psiquê ao Prazer


    Psiquê (a Alma) quem é ela, cuja beleza é capaz de despertar o ciúme e a cólera dos deuses; assim como suas paixões mais arrebatadoras?

    Essa mesma beleza a fez ser venerada pelos mortais como se fosse uma verdadeira divindade.

    Com sua ingenuidade, dá ouvido a tudo que lhe dito, e tem seu intímo atormentado por desconfias e dúvidas.

    O mais interessante é que para a Alma, sentir o Amor não basta, se faz necessário vê-lo, conhecer-lhe a face. Enquanto ele (o Amor) perde-se (ou se encontra) assim que a vê. Contentando-se em possuí-la na penumbra, do início da noite ao fim da madrugada, sem jamais vê-la da alvorada ao crepúsculo.

    Os segredos do Amor para com a Alma são velados, herméticos, dados a serem conhecidos, apenas pelos “iniciados” em suas artes.

    Todavia quando o Amor é ferido pela Alma desconfiada e inquieta, ele sempre há de ir embora. “Porque o Amor não pode conviver com a suspeita."

    A Alma sem o Amor busca pela morte, quando isso acontece somente a intervenção divina, pode ampará-la.

    Condenada pelos erros que cometeu vaga por todos os lugares da terra, a sua procura.

    E nessa busca, rende-se aos caprichos da beleza e desce aos “infernos” procurando redenção, ela é a única capaz de descer às profundezas, ainda estando viva. Quanto vale aquilo que a leva a descer aos submundos? Talvez somente o Amor saiba dizer.

    A “beleza obscura” tão procurada; a princípio para reencontrar o Amor, fascina-a e ela a toma para si. E quando isso acontece, adormece profundamente.

    Onde dorme a Alma, em meio a sonhos e quimeras, eternamente a espera do Amor?

    O Amor clama aos “céus” que intercedam pela Alma. Eis a sua nobreza, quando ferido perdoa. Será que o mesmo aconteceria se o ferido fosse o orgulho?

    Tendo os deuses por cúmplices, desperta a Alma do seu sono de morte, pois enquanto adormecida, não vive.

    Amor e Alma, bebendo da mesma taça, alcançam o êxtase e a imortalidade.

    Pode a Alma ser mais bela que a beleza dos deuses? Isso eu não sei, o que eu sei é que na estrada que leva Eros à Psiquê (e vice versa), eu me encontrei com o fruto deles, o Prazer.


    Antônio Loramce

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  5. No texto acima (De Eros e Psiquê ao Prazer), onde está escrito "intímo", leia-se "íntimo."
    "Mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa."

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  6. Retomando o blog. Perdoem-me a ausência.

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  7. Desolação
    O sol arde encoberto por nuvens
    Encortinando o olhar de quem dói.
    Ferrugem da alegria corrói o coração.
    Alento?
    Só o das más lembranças.
    Alívio para o moinho da mente
    Desatado, ruidoso, enfadonho, remoendo migalhas.
    A memória impiedosa empunha seu sabre,
    Fere a espera, náufraga num mar de talvez.
    A pele agarrada à nostalgia não sossega.
    Aquece, gela, sua, ameaça necrosar em rebeldia
    E, nada.
    Revoar noturno de escombros alados
    Por entre saliências planas.
    Bandeirolas hasteadas em um fio de agonia.
    O impossível assiste ao desespero da infinitude
    Em busca de um limite.
    Um calço, uma ilha, um porto.
    Tudo é só ausência.
    Falta o duro do chão,
    A aspereza da areia,
    A surpresa do fôlego salvador
    A dor derradeira,
    A morte, o vazio, o fim.
    Falta.
    A morte segue devagar, tortura.
    Cega, nem percebe estar só.
    Tudo que era vivo
    Batera em retirada
    Diante de tanto nada.


    O que dizer sobre essa dor transformada em palavras?

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